Com o conceito
de qualidade
de vida em alta hoje em dia, muitas pessoas estão a busca da saúde e de um bom condicionamento
físico. Nesse contexto está também aqueles que buscam a estética corporal como
objetivo.
Esse grande aumento principalmente em
praticantes de musculação tem despertado o grande consumo de suplementos
alimentares como forma de auxílio ou até mesmo um resultado “mais rápido” ao
treinamento. Segundo a Resolução nº 380/2005 do Conselho Federal dos
Nutricionistas-CFN, os casos previstos para se indicar a suplementação
alimentar são: estados fisiológicos específicos, estados patológicos e
alterações metabólicas.
Mas será que a suplementação é tão boa
assim, se fazendo sempre necessário?
Entendendo suplemento alimentar:
Suplemento alimentar é toda e qualquer substância, em geral produzida
quimicamente, que tem a propriedade de completar a ação dos alimentos naturais,
teoricamente dando mais força e energia. É oferecido pelos fabricantes com a
promessa de auxiliar nas dietas de redução de peso e ou nas dietas de aumento
da massa muscular. Como os suplementos alimentares não são substâncias
controladas, é possível adquirir na farmácia qualquer um desses produtos, que
são escolhidos pelas belas embalagens contendo figuras atléticas perfeitas, com
algumas indicações de uso e das propriedades.
Basicamente são divididos em dois
tipos, os suplementos dietéticos que não promovem aumento de desempenho, são
caracterizados por produtos práticos para ingestão durante a atividade como bebidas
esportivas (Gatorade, Powerade e etc.), géis de carboidratos, vitamínicos, multivitamínicos,
suplementos de cálcio e suplementos minerais.
Outro tipo de suplementos são os
ergogênicos, que tem como função suplementar as substancias que fisiologicamente
não fazem parte da demanda nutricional. Em tese estes suplementos teriam a
capacidade de aumentar a performance obtendo o resultado de forma mais rápida.
O problema hoje enfrentado com a
suplementação é o fato de que esses produtos estão sendo consumidos sem a
orientação devida. Os alunos estão sendo envolvidos pelas propagandas que atuam
como um grande vilão desse segmento. É importante saber que o profissional de
educação física não é o responsável por prescrever suplemento alimentar. De
fato ele deve ter o conhecimento para tal, mas não cabe a esse profissional indicar
o produto e quantidade a ser ingerida.
A suplementação é indicada para
aqueles que se identifiquem carências nutricionais, devendo ser utilizados em
treinos quando por exemplo o atleta/aluno não consegue ingerir as calorias
gastas durante o treinamento ou no caso do treinamento de força, indivíduos que
necessitam passar por restrição calórica e não deseja perder massa magra fazendo-se
necessária o uso de suplementos específicos.
Alguns dos suplementos mais utilizados:
Creatina
É um composto formado pelos
aminoácidos arginina, metionina e glicina e é utilizada pelo organismo para a
ressíntese de ATP-CP (“energia de forma imediata”). Basicamente ela auxilia no
tempo de recuperação em exercícios anaeróbicos aláticos, fazendo com que a
fibra muscular recupere sua reserva de ATP-CP em menos tempo, diminuindo o
tempo de intervalo entre séries de musculação por exemplo. Acredita-se que a
utilização desse suplemento faz com que aumente as reservas de CP (Creatina
Fosfato) no organismo, aumentando assim o poder de ressíntese de ATP durante o
exercício físico. Poucos estudos propuseram que a creatina induz o aumento da síntese
proteica e que provavelmente o aumento da massa magra é devido a uma retenção hídrica.
Pode produzir alguns efeitos colaterais como por exemplo o aumento da Pressão
arterial sistólica, complicações gastrointestinais ou renal e até mesmo ruptura
de ligamentos. Especialistas dizem que o corpo produz cerca de 2g de creatina
todos os dias, sendo este suficiente para um bom equilíbrio.
Albumina
A albumina é uma proteína de alto
valor biológico e principal proteína do plasma sanguíneo, sendo sintetizada no
fígado e tendo como principais funções o controle da pressão osmótica, controle
do pH e transporte de ácidos graxos livres.
Os suplementos vendidos são proteínas
baseadas na clara do ovo desidratada e pasteurizada. Por ser um suplemento de
fácil acesso e de baixo custo relativo é muito utilizada pelos praticantes de
musculação como fonte de proteínas. O excesso desse suplemento pode ocasionar complicações
hepáticas e renais, aumento de peso e fortes sintomas de gases.
Whey Protein
É a proteína extraída do soro do leite
durante a fabricação do queijo. Possuem alto valor nutricional, contendo
alto teor de aminoácidos essenciais, especialmente os de cadeia ramificada
(BCAA). Estudos têm mostrado que a suplementação com Whey protein associado a
um programa de treinamento com pesos proporciona um aumento da massa muscular, provavelmente
por ser absorvida mais rapidamente, fazendo com que as concentrações
plasmáticas de muitos aminoácidos atinjam altos valores após sua ingestão.
Podendo então hipotetizar, que se essa ingestão fosse realizada após uma sessão
de exercícios, as proteínas do soro do leite seriam mais eficientes no processo
de síntese proteica.
Vale
salientar que segundo o estudo de Lemon et al. (1992) pessoas envolvidas em
treinos de resistência necessitam de 1,2 a 1,4g de proteína por Kg de peso/dia,
enquanto que atletas de força, 1,6 a 1,7g por Kg de peso/dia, já os sedentários
0,8-1,0g por Kg de peso/dia.
O
bom resultado de uma suplementação está diretamente ligado a boa orientação.
Lembre-se que o sucesso para o seu treino é a união de uma boa alimentação, dedicação
e frequência nos treinamentos e descanso. Os suplementos não fazem milagres e o
excesso ou o uso indevido é prejudicial à saúde. Portando, se quiser fazer uso,
procure um médico ou um nutricionista e converse com seu professor de educação
física.